Economistas elevam projeções para inflação após alta do IPCA-15 em janeiro segundo Relatório Focus

O Relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central, mostrou que os economistas do mercado ajustaram suas projeções para a inflação de janeiro, elevando a estimativa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 0,00% para 0,12%. O indicador oficial será divulgado no próximo dia 11 de fevereiro.

A revisão veio após o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, registrar alta de 0,11%, acima das expectativas. No mês passado, o IPCA fechou dezembro com alta de 0,52%, levando a inflação de 2024 para 4,83%, superando o teto da meta estipulada pelo Banco Central, que era de 3% com margem de 1,5%.

Inflação pode acelerar nos próximos meses

Com o ajuste nas projeções, o mercado também espera uma aceleração inflacionária nos próximos meses. As estimativas para fevereiro e março subiram para 1,38% e 0,46%, respectivamente, segundo o Focus.

Para 2025, as projeções de inflação subiram pela 15ª semana consecutiva, passando de 5,08% para 5,50%, reforçando as preocupações sobre o controle da alta de preços no cenário doméstico.

Projeções atualizadas pelo Relatório Focus:

  • Janeiro: de 0,00% para 0,12%;
  • Fevereiro: de 1,35% para 1,38%;
  • Março: de 0,43% para 0,46%;
  • 2025: de 5,08% para 5,50%.

Desafios para o Banco Central

O aumento nas expectativas de inflação representa um desafio para o Comitê de Política Monetária (Copom), que busca alinhar as metas de inflação com o comportamento dos preços. A meta para 2025 é de 3%, mas as sucessivas altas nas projeções indicam dificuldades em conter as pressões inflacionárias.

Com a inflação acima da meta por dois anos consecutivos (2024 e 2025, segundo as previsões), o Banco Central pode ser pressionado a adotar medidas mais rígidas para ajustar a política monetária.

O resultado final do IPCA de janeiro, aguardado para o próximo mês, será um importante termômetro para entender o comportamento da inflação no início de 2025 e suas implicações na economia brasileira.