O Bitcoin (BTC) está prestes a encerrar março com uma valorização de 15%, mantendo-se acima do patamar de US$ 70 mil. Embora não tenha sido o mês mais espetacular para a criptomoeda, março marcará o sétimo mês consecutivo de ganhos, destacando-se como o período em que o ativo digital renovou sua máxima, ultrapassando os US$ 73 mil.
Apesar da alta relativamente modesta em comparação com janeiro, quando registrou um aumento de mais de 40%, o Bitcoin superou os principais índices internacionais, como o Nasdaq 100 e o S&P 500, mantendo-se em sincronia com a Nvidia, que deve fechar março com um desempenho semelhante de 14%. No trimestre, a criptomoeda acumulou uma valorização na casa dos 70%.
Enquanto a gigante norte-americana de tecnologia de chips foi impulsionada pelo hype em torno da inteligência artificial (IA), o Bitcoin ainda encontra seu principal motor de crescimento nos 10 ETFs (fundos de índice) à vista de BTC dos Estados Unidos, liberados para negociação na segunda semana de janeiro. Apesar dos recordes de saídas na semana passada, os produtos acumularam uma entrada líquida total de quase US$ 12 bilhões até a manhã desta quarta-feira (27), impactando positivamente o preço da criptomoeda.
“Os ETFs são um dos fatores por trás da alta que estamos vendo no primeiro trimestre do ano. Se analisarmos os fluxos líquidos de fundos para os ETFs durante o mês de março, podemos observar como todos eles estão comprando a criptomoeda, exceto o GBTC, operado pela Grayscale”, explicou Julián Colombo, diretor de políticas públicas da Bitso para a América Latina.
Enquanto os novos ETFs registram entradas, o GBTC – que foi transformado em ETF via decisão judicial – enfrenta saques líquidos. Apenas ontem, foram retirados US$ 212 milhões, segundo dados do The Block. Parte dessas saídas se deve à migração para outros produtos devido às altas taxas cobradas pelo veículo.
Além do impulso dos ETFs, o Bitcoin também está atento a eventos futuros, sendo o mais significativo o halving previsto para abril. Esta atualização reduzirá pela metade a oferta da criptomoeda, conferindo-lhe um caráter deflacionário. Historicamente, o BTC tende a registrar aumentos significativos de preço antes e depois do halving, e há uma forte expectativa de que essa tendência continue desta vez.
Guilherme Sacamone, gerente-geral da OKX no Brasil, comentou sobre as expectativas em torno do evento: “É importante observar que o cenário evoluiu. Com o Bitcoin atingindo uma alta histórica antes do halving e a crescente presença de investidores institucionais, a dinâmica do mercado pode ter mudado substancialmente. Isso apresenta um novo cenário que poderia levar a uma das corridas mais emocionantes na história do Bitcoin”.
Além das mudanças técnicas, a expectativa de queda nas taxas de juros nos Estados Unidos neste ano também tem impulsionado a criptomoeda em março. Na semana passada, o Federal Reserve (Fed), o BC dos EUA, reforçou que deve realizar três cortes nas taxas, o que tradicionalmente beneficia ativos de risco.
“Esperamos que a atual tendência deflacionista nos EUA permaneça intacta, que as condições financeiras no país continuem a diminuir e que os mercados sejam apoiados pela redução gradual do programa de aperto quantitativo do Fed”, concluiu a exchange Coinbase em seu relatório.
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