O mercado de criptomoedas no Brasil está experimentando um crescimento exponencial, refletido pelo aumento significativo nas importações desses ativos nos primeiros meses deste ano. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central na sexta-feira, 5 de abril, a importação de criptomoedas registrou um crescimento anualizado de 110% no primeiro bimestre, totalizando US$ 2,9 bilhões. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, que somou US$ 1,4 bilhão em importações, o crescimento é expressivo.
Embora o relatório do Banco Central não forneça uma segmentação detalhada das importações por diferentes criptoativos, Fernando Rocha, chefe do departamento de estatísticas do BC, destaca que o Bitcoin é responsável pela maior parte do valor contabilizado.
Por outro lado, a exportação de criptomoedas totalizou apenas US$ 146 milhões nos dois primeiros meses deste ano. Esse baixo número é explicado pela pequena produção de criptomoedas no país, especialmente devido aos altos custos de energia e de importação de equipamentos especializados para a mineração de Bitcoin.
A metodologia adotada pelo BC classifica as criptomoedas como bens de consumo, não como ativos financeiros, seguindo uma recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI). Essa classificação tem um impacto substancial sobre o saldo da balança comercial brasileira, visto que as importações superam em muito as exportações.
As regras do Banco Central para cálculo das importações consideram o fluxo de criptomoedas transacionadas entre não residentes e residentes no país. O valor das transações é calculado pela instituição por meio de contratos de câmbio.
Segundo os dados divulgados pelo BC, a importação de criptomoedas está em uma tendência ascendente no Brasil. No ano passado, US$ 12,3 bilhões foram investidos nessa categoria de bens, representando um crescimento de 64% em relação a 2022, quando o valor foi de US$ 7,5 bilhões.
Um estudo do Banco Central publicado em novembro do ano passado revelou que a grande maioria das importações de criptomoedas no Brasil é realizada por empresas financeiras ou não financeiras, com uma participação mínima de pessoas físicas. Esse cenário é impulsionado principalmente por exchanges que facilitam a negociação de criptomoedas no país, atendendo investidores do varejo.
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